Imagina só: você chega no escritório numa segunda-feira e descobre que todos os sistemas estão fora do ar. Pior ainda, os dados críticos da empresa simplesmente sumiram! É um pesadelo que nenhum gestor quer enfrentar, mas infelizmente essas situações acontecem com mais frequência do que a gente imagina. E que pede por uma coisinha chamada recuperação de desastres e backup. 

É com essa que dá para se precaver contra esses desastres. Com um plano sólido de recuperação de desastres e backup, sua empresa estará pronta para enfrentar qualquer tempestade (às vezes literalmente!).  

Mas um plano desses não é simples de se fazer. Há diversas etapas e tecnologias que devem ser levadas em conta se você não quiser fazer parte das estatísticas de negócios que perdem milhões com danos aos seus dados. Continue lendo para entender melhor como se preparar. 

O que é recuperação de desastres 

Recuperação de desastres é um conjunto de estratégias e procedimentos que permitem a uma empresa continuar ou retomar rapidamente suas operações críticas após um evento inesperado e potencialmente prejudicial, como um ataque cibernético, falha de equipamento, desastre natural, entre outros. 

A recuperação de desastre é uma área da segurança da informação responsável por garantir que situações atípicas não inviabilizem o trabalho. Uma boa recuperação de desastres garante que a retomada seja rápida e com o mínimo de prejuízos possíveis. Para isso conta com planos de backup ou com DRaaS, por exemplo. 

O que é um DRaaS 

DRaaS significa “Recuperação de Desastres como Serviço” (Disaster Recovery as a Service). É um modelo onde um provedor terceirizado entrega os recursos necessários para backup, failover e recuperação de sistemas e dados, geralmente através de um modelo de cloud computing. Assim, a empresa não precisa manter toda a infraestrutura e expertise internamente. 

Estratégia de Backup como parte da recuperação de desastres 

Backups são uma peça fundamental em qualquer estratégia de recuperação de desastres. Afinal, sem cópias dos seus dados, fica muito mais difícil retomar as operações após um incidente. 

Mas atenção: backup por si só não é recuperação de desastres! Um plano completo de DR também envolve testar os procedimentos regularmente, ter um site de backup preparado para assumir as operações rapidamente, entre outras medidas. O backup é necessário, mas não suficiente.

Recuperação de desastres 

Uma estratégia robusta de recuperação de desastres ajuda a minimizar o impacto de eventos inesperados nas operações, reputação e resultados financeiros de uma organização. Quanto mais preparada a empresa estiver, mais rápido ela conseguirá se reerguer após um desastre. 

Tipos de desastres que estão cobertos pela recuperação 

Uma ampla gama de eventos pode desencadear a necessidade de colocar o plano de recuperação de desastres em ação. Vamos ver alguns dos principais: 

Erro humano 

Como já dizia a música, todo mundo erra. O problema é quando esse erro compromete dados ou sistemas críticos da empresa. Um caso famoso foi o da Amazon Web Services em 2017: um comando digitado incorretamente por um funcionário durante uma rotina de manutenção derrubou vários serviços por horas, afetando milhares de sites. 

Para se garantir contra o erro humano (que alguns chamam de o famoso dedo largo) os sistemas de recuperação de desastre mantém backups e múltiplas camadas de confirmação de operações, diminuindo substancialmente as margens de erro. 

Ataques cibernéticos 

Com o aumento da digitalização, os riscos cibernéticos também crescem. Alguns dos principais tipos de ataques incluem: 

  • Ransomware: sequestra os dados e sistemas até que um resgate seja pago 
  • DDoS: sobrecarrega os servidores com tráfego inútil até derrubá-los 
  • Phishing: engana usuários para roubar credenciais de acesso 
  • Malware: software malicioso que corrompe sistemas e arquivos 

Quedas de energia 

Qualquer interrupção no fornecimento de energia pode ser desastroso para os sistemas de TI. Geradores e no-breaks ajudam, mas nem sempre são suficientes, especialmente em blackouts prolongados. 

Por isso, muitas empresas optam por ter seus sistemas críticos em data centers de alta disponibilidade, com recursos de energia redundantes e failover automático. Isso é estar resguardado desde apagões na sua cidade até o fio que arrebentou na sua rua. 

Desastres naturais 

Dependendo da região, a empresa pode estar sujeita a enchentes, furacões, terremotos, entre outros eventos da natureza. No Brasil, as enchentes no Rio Grande do Sul no início de 2023 mostram como um desastre pode afetar as operações das organizações. 

Muitas empresas na região tiveram seus escritórios e data centers inundados, o que prejudicou o funcionamento de sistemas. Aquelas com bons planos de recuperação de desastres conseguiram retomar as atividades muito mais rapidamente. 

Quais as etapas de uma estratégia de recuperação de desastres? 

Uma estratégia de recuperação de desastres eficaz envolve três elementos principais: prevenção, detecção e correção. Cada um desses pilares possui um conjunto de medidas e procedimentos que, quando bem executados, minimizam os riscos e impactos de eventos inesperados.

Prevenção 

A fase de prevenção busca fortalecer a resiliência dos sistemas e dados contra potenciais ameaças. Isso inclui medidas como: 

  • Backup regular e testado dos dados críticos 
  • Atualização constante de software e sistemas operacionais 
  • Implementação de soluções de segurança como firewalls, antivírus, criptografia, etc 
  • Treinamento dos funcionários em boas práticas de segurança cibernética 
  • Redundância de hardware e infraestrutura em sites de disaster recovery 

O princípio básico aqui é que prevenir é melhor (e geralmente mais barato) do que remediar. Investir em prevenção ajuda a empresa a evitar ou ao menos minimizar a chance de incidentes. 

Detecção 

Apesar de todos os esforços de prevenção, incidentes ainda podem ocorrer. Por isso, é crucial ter mecanismos para detectá-los o mais rápido possível. Quanto antes um problema for identificado, menores tendem a ser os danos. 

Algumas medidas de detecção incluem: 

  • Monitoramento contínuo de logs e eventos de segurança 
  • Utilização de soluções de inteligência contra ameaças para identificar atividades suspeitas 
  • Testes regulares de vulnerabilidades nos sistemas 
  • Acompanhamento de indicadores-chave como tempo de resposta das aplicações, tráfego de rede anormal, etc 

Com isso, a equipe de TI pode ser alertada rapidamente sobre potenciais incidentes e tomar as ações necessárias para contê-los antes que escalem. 

Correção 

Quando um incidente é detectado, é hora de colocar em prática os procedimentos de resposta e recuperação. O objetivo aqui é restaurar os sistemas e dados afetados o mais rápido possível, minimizando o impacto nas operações. 

Algumas ações típicas dessa fase incluem: 

  • Isolamento dos sistemas comprometidos para evitar que o incidente se espalhe 
  • Ativação do plano de comunicação para informar as partes interessadas (funcionários, clientes, acionistas, etc) 
  • Failover dos sistemas críticos para o site de disaster recovery 
  • Restauração dos dados a partir dos backups mais recentes 
  • Investigação das causas do incidente e desenvolvimento de um plano de ação para evitar reincidências 

Ter processos bem documentados e testados regularmente é essencial para que a fase de correção seja executada de forma rápida e eficiente. 

Indicadores de Recuperação de desastre 

Para medir a eficácia de um plano de recuperação de desastres, duas métricas são amplamente utilizadas: RTO (Recovery Time Objective) e RPO (Recovery Point Objective). Elas ajudam a empresa a definir parâmetros mensuráveis para o tempo de recuperação e perda máxima tolerável de dados. 

RTO 

O RTO representa o tempo máximo aceitável que um sistema pode ficar indisponível antes de causar prejuízos significativos à organização. Ele é calculado avaliando o impacto de cada sistema nos processos de negócio e definindo a janela de tempo em que ele precisa ser restaurado. 

Por exemplo, um sistema que afeta diretamente as vendas online pode ter um RTO de 1 hora, enquanto um sistema interno menos crítico pode ter um RTO de 24 horas. Essas metas orientam o desenho das estratégias de recuperação e a priorização dos esforços durante um incidente. 

RPO 

Já o RPO indica o ponto no passado em que os dados devem ser recuperados para que a empresa retome as operações com um nível aceitável de perda de informações. Ele é definido com base na frequência de backups e na criticidade dos dados. 

Por exemplo, para dados financeiros que são atualizados constantemente, a empresa pode definir um RPO de 15 minutos, o que significa que os backups devem ocorrer pelo menos nesse intervalo. Já para dados de um sistema interno que é atualizado apenas uma vez ao dia, um RPO de 24 horas pode ser suficiente. 

Quanto menores os valores de RTO e RPO, mais robusta e resiliente precisará ser a estratégia de disaster recovery – e também mais custos ela tende a envolver. Por isso, é importante encontrar o equilíbrio ideal entre o nível de proteção necessário e o orçamento disponível. 

Backup: qual papel ele desempenha no plano de recuperação de desastres 

O backup é um componente essencial de qualquer estratégia de recuperação de desastres. Ele garante que a empresa tenha cópias dos dados críticos armazenadas de forma segura e possa restaurá-las rapidamente em caso de perda ou corrupção dos dados primários.

Sem backups confiáveis e testados regularmente, a organização fica vulnerável a prejuízos financeiros, danos à reputação e até mesmo à descontinuidade dos negócios. 

Backup local 

Uma das abordagens mais comuns é o backup local, onde as cópias dos dados são armazenadas em dispositivos físicos dentro da própria empresa. Alguns dos modelos de backup local incluem: 

  • Fitas magnéticas 
  • Discos rígidos externos 
  • Appliances de backup dedicados 
  • NAS (Network Attached Storage) 

Embora o backup local ofereça maior controle e acesso rápido aos dados, ele também apresenta algumas limitações. Os dispositivos físicos estão sujeitos a falhas, roubo ou danos por desastres naturais.

Além disso, a escalabilidade pode ser um desafio, pois a empresa precisa adquirir e gerenciar continuamente mais hardware à medida que os dados crescem. 

Backup em nuvem 

Outra opção cada vez mais adotada é o backup em nuvem, onde os dados são replicados para servidores remotos gerenciados por um provedor terceirizado. Nesse modelo, a empresa não precisa se preocupar com a infraestrutura física de armazenamento, pois isso fica a cargo do provedor. 

O backup em nuvem oferece diversos benefícios, como escalabilidade sob demanda, acesso remoto aos dados, alta disponibilidade e proteção contra desastres locais. Afinal, mesmo que o data center da empresa seja comprometido, as cópias dos dados estarão seguras nos servidores do provedor em uma localização geograficamente distante. 

Muitas soluções de backup em nuvem oferecem recursos avançados, como deduplificação e compressão de dados para otimizar o armazenamento, criptografia para proteger os dados em trânsito e em repouso, e até mesmo inteligência artificial para automatizar tarefas de gerenciamento e recuperação. 

Backup da Azure 

Um exemplo de solução de backup em nuvem amplamente utilizada é o Azure Backup, parte da plataforma de cloud computing da Microsoft. Ele permite que as empresas façam backup e restaurem dados de uma ampla variedade de cargas de trabalho, incluindo máquinas virtuais, bancos de dados SQL, compartilhamentos de arquivos e muito mais. 

Um caso de uso comum do Azure Backup é para proteger máquinas virtuais críticas. Imagine um servidor que hospeda um sistema essencial para as operações da empresa.  

Com o Azure Backup, é possível agendar backups automáticos desse servidor em intervalos regulares, seja diariamente, semanalmente ou conforme necessário. Se houver algum problema com o servidor primário, a equipe de TI pode rapidamente restaurar a máquina virtual a partir do backup mais recente, minimizando o tempo de inatividade. 

Outro cenário em que o Azure Backup se destaca é na proteção de bancos de dados SQL. Muitas aplicações empresariais dependem de bancos de dados para armazenar informações críticas, como dados de clientes, transações financeiras e histórico de vendas.  

Com o Azure Backup, é possível fazer backup contínuo desses bancos de dados, garantindo que, mesmo em caso de corrupção de dados ou exclusão acidental de tabelas, seja possível recuperar rapidamente para um ponto anterior no tempo. 

Como implementar um plano de recuperação de desastre com backup: 8 passos 

Implementar um plano de recuperação de desastres pode parecer um desafio intimidador, mas com uma abordagem estruturada e as ferramentas certas, é possível criar um sistema robusto e confiável para proteger os dados e operações da empresa. A seguir, apresentamos 8 passos essenciais para colocar em prática um plano de DR com backup na nuvem da Azure. 

Passo 1: Avaliação de riscos e análise de impacto nos negócios 

O primeiro passo é realizar uma avaliação abrangente dos riscos que a empresa enfrenta e do potencial impacto de cada tipo de desastre nos processos de negócio. Isso ajuda a priorizar os sistemas críticos e definir os objetivos de recuperação. 

Passo 2: Definição dos requisitos de infraestrutura 

Com base na análise anterior, é hora de mapear a infraestrutura necessária para suportar o plano de DR. Isso inclui determinar a capacidade de armazenamento e processamento, os requisitos de rede e a arquitetura de replicação entre o site primário e o secundário. 

Passo 3: Configuração do Azure Site Recovery 

O Azure Site Recovery é um serviço que orquestra a replicação, failover e recuperação de cargas de trabalho entre regiões do Azure ou de um data center local para o Azure. Nessa etapa, é preciso configurar os cofres dos serviços de recuperação, definir as políticas de replicação e mapear a rede. 

Passo 4: Configuração do backup e replicação 

Aqui, é necessário configurar o backup das máquinas virtuais, bancos de dados e outros recursos críticos usando o Azure Backup. Também é preciso habilitar a replicação contínua desses recursos para o site secundário usando o Azure Site Recovery. 

Passo 5: Testes regulares do plano de DR 

Testar regularmente o plano de recuperação de desastres é essencial para garantir que ele funcione conforme o esperado quando necessário. Os testes devem simular diferentes cenários de desastre e medir o tempo de recuperação e o ponto de recuperação alcançados. 

Passo 6: Monitoramento contínuo 

É importante monitorar continuamente a integridade da infraestrutura de DR e a replicação dos dados. O Azure oferece ferramentas de monitoramento robustas, como o Azure Monitor e o Log Analytics, para acompanhar o desempenho, detectar anomalias e gerar alertas. 

Passo 7: Treinamento da equipe 

Todos os membros da equipe envolvidos no plano de DR devem ser treinados em seus papéis e responsabilidades. Eles precisam estar familiarizados com os procedimentos de failover, failback e recuperação, bem como com as ferramentas utilizadas. 

Passo 8: Gestão e aprimoramento contínuos 

Um plano de recuperação de desastres não é um projeto único, mas um processo contínuo. É necessário revisar e atualizar o plano regularmente, incorporando lições aprendidas dos testes e ajustando-o conforme as mudanças no ambiente de negócios e de TI. 

Conte com a BHS para implementar a Azure com segurança! 

Quando se trata de proteger os dados e garantir a continuidade dos negócios, contar com um parceiro experiente e confiável faz toda a diferença. A BHS é especialista em soluções de nuvem e segurança, com uma equipe altamente capacitada para ajudar sua empresa a implementar um plano de recuperação de desastres eficaz usando a plataforma Azure. 

Além de oferecer serviços de consultoria, implementação e suporte de ponta a ponta, a BHS possui a certificação ISO 27001, que atesta nosso compromisso com as melhores práticas de segurança da informação.  

Isso significa que, ao escolher a BHS como sua parceira de nuvem e DR, você pode ter a tranquilidade de saber que seus dados estarão sempre protegidos pelos mais altos padrões do mercado. 

Nossos especialistas estão prontos para entender suas necessidades específicas e criar uma solução personalizada que atenda aos seus objetivos de negócio e orçamento. 

Com a BHS e a plataforma Azure, você terá a estratégia de recuperação de desastres definitiva para a sua empresa. Não deixe a continuidade do seu negócio ao acaso.